“Se Israel bloquear a UNRWA, será responsável pelas necessidades de Gaza,” advertiu o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, em uma carta recente ao Primeiro-Ministro israelense Netanyahu. À medida que Israel aprova legislações para romper laços com a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras (UNRWA), Guterres deixou claro que qualquer interrupção no trabalho da agência da ONU obrigaria Israel, sob a lei internacional, a prover as necessidades essenciais dos civis palestinos—alimentação, cuidados médicos e educação. As duas leis aprovadas por Israel na segunda-feira podem entrar em vigor em três meses e já provocaram descontentamento internacional, com até mesmo o aliado próximo, os Estados Unidos, expressando profunda preocupação sobre a decisão.
A UNRWA, que foi estabelecida em 1949, é fundamental em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Suas instalações servem como abrigos, clínicas e centros de educação para milhões, especialmente em períodos de conflito intenso. No entanto, o governo de Israel argumenta que a UNRWA está repleta de indivíduos ligados a atividades militantes, apontando especificamente para o recente conflito Israel-Hamas como evidência de cumplicidade do pessoal. O Embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, condenou a agência como “um braço do Hamas,” questionando sua integridade humanitária. “Israel continuará a facilitar a ajuda de forma independente,” afirmou, desconsiderando a supervisão da UNRWA.
As implicações de bloquear a UNRWA se estendem globalmente. A Noruega planeja pedir à Assembleia Geral da ONU que envolva o Tribunal Internacional de Justiça, visando esclarecer as obrigações humanitárias de Israel para com os palestinos, independentemente de suas políticas. Agências da ONU, grupos humanitários e embaixadores em todo o mundo, incluindo a Embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, estão instando Israel a reconsiderar. Enquanto isso, Washington insinuou “consequências” se a legislação de Israel ameaçar a ajuda crítica, com potencial para impactos nas políticas de apoio militar dos EUA.
As fontes para este artigo incluem: The Associated Press, briefings da imprensa da ONU e declarações de agências internacionais.