A FIA e a Pirelli se uniram para resolver os problemas de pneus que transformaram o Grande Prêmio do Qatar de 2023 em uma corrida de segurança. Após a corrida do ano passado ter visto os pilotos limitados a um máximo de 18 voltas devido a separações nas laterais dos pneus causadas por bordas agressivas, o órgão regulador do esporte e o fornecedor de pneus estão implementando mudanças significativas para garantir um evento mais tranquilo em 2024.
Problemas com Pneus do Ano Passado
O Circuito Internacional de Lusail apresentou um desafio único em 2023 com seus bordos em pirâmide de 50mm. Esses bordos de arestas afiadas, projetados para atender tanto eventos de F1 quanto de MotoGP, causaram separações microscópicas nas laterais dos pneus Pirelli. A natureza de alta velocidade do circuito agravou o problema, forçando a FIA a exigir uma corrida com três paradas para priorizar a segurança.
Embora a situação tenha criado um espetáculo estratégico intrigante, não era algo que a FIA quisesse repetir. As mudanças para 2024 visam encontrar um equilíbrio entre segurança e competitividade, acomodando tanto corridas de duas quanto de quatro rodas.
Modificações nos Bordos e Faixas de Cascalho
Para mitigar danos nos pneus, os meios-fios em pirâmide em curvas-chave (Curvas 4, 10, 12, 13 e 14) foram arredondados. Esse ajuste reduz a acentuada dos meios-fios, tornando-os menos punitivos para as laterais dos pneus.
Além disso, faixas de cascalho foram adicionadas atrás de certos meios-fios para desencorajar os pilotos de ultrapassarem os limites da pista. Isso não apenas melhora a segurança, mas também reforça os limites da pista de maneira mais eficaz.
Testes da Pirelli e Compostos Mais Duros
A Pirelli tem testado rigorosamente os meios-fios revisados em seu Departamento de P&D de Motorsport em Milão, comparando os resultados com dados de sessões passadas no Catar. Para lidar com as altas velocidades e altas cargas do circuito, a Pirelli trará seus três compostos de pneus mais duros—o C1, C2 e C3—anteriormente usados em pistas desafiadoras como Silverstone e Suzuka.
O fornecedor de pneus também monitorará de perto a degradação térmica causada pelo calor do Catar. Embora a data da corrida em novembro deva trazer temperaturas mais amenas do que o evento de outubro do ano passado, os engenheiros permanecem cautelosos sobre como os pneus lidarão com as demandas únicas do circuito desértico.
Desafios de Calor e Estratégia
O calor do Catar, embora menos extremo do que em 2023, ainda representa um desafio. Enquanto o Grande Prêmio de Las Vegas do último fim de semana testou os pneus sob condições frias, o GP do Catar apresentará o problema oposto: gerenciar a degradação térmica em temperaturas quentes. Esse contraste adiciona uma camada de complexidade para as equipes enquanto ajustam suas configurações.
A última corrida de novembro em Lusail, em 2021, viu alguns pilotos optarem por uma estratégia de uma parada, mas isso foi sob uma geração diferente de carros e pneus da F1. Com o aumento da downforce e da sensibilidade dos pneus nos carros atuais, há muitas incertezas entrando neste fim de semana.
O que Observar
- Desempenho dos Pneus: Os compostos mais duros e os ajustes nos meios-fios eliminarão as preocupações de segurança do ano passado?
- Gestão de Calor: Como as equipes e a Pirelli lidarão com os desafios térmicos de uma corrida no deserto?
- Estratégias: Veremos outra corrida com três paradas, ou as equipes conseguirão reduzir o número de paradas nos boxes?
- Limites da Pista: Com as faixas de cascalho em vigor, fique atento a penalizações enquanto os pilotos testam os limites dos meios-fios revisados.
Conclusão: Preparados, mas Cautelosos
A FIA e a Pirelli tomaram medidas proativas para evitar a repetição do fiasco dos pneus do ano passado, mas o Grande Prêmio do Qatar de 2024 ainda carrega incertezas. Com kerbs revisados, compostos mais duros e o desafio sempre presente das condições do deserto, as equipes enfrentam um fim de semana de corrida difícil, mas potencialmente recompensador. As mudanças trarão estabilidade ou o Qatar testará mais uma vez os limites da Fórmula 1 moderna? As respostas estão no calor do deserto.