Em uma entrevista impactante, o especialista britânico em defesa Glenn Grant expôs por que acredita que o “Eixo do Mal”—uma coalizão de estados autoritários—se tornou mais forte, culpando os líderes ocidentais por sua falha em tomar uma posição firme. “Políticos fracos permitiram que governantes autoritários se unissem e desestabilizassem o mundo”, disse Grant à UATV, apontando o dedo para os líderes ocidentais que, segundo ele, não tiveram a determinação de defender a Ucrânia desde o início. Ele insiste que se os EUA e o Reino Unido tivessem enviado tropas para as linhas de frente da Ucrânia em 2014, Putin não teria ousado iniciar a guerra atual, sabendo que a OTAN estaria pronta para responder.
Grant, ex-conselheiro do Ministério da Defesa da Ucrânia, não poupou críticas aos problemas internos que enfraquecem a luta da Ucrânia contra a Rússia, Irã e até mesmo a Coreia do Norte, que recentemente se juntou ao apoio a Moscou. Enquanto muitos se concentram na ajuda ocidental, Grant insiste que a Ucrânia deve agilizar suas operações militares para aproveitar ao máximo isso. “A Ucrânia precisa de uma liderança melhor, logística e estruturas de comando honestas e eficazes”, disse ele, acrescentando que a ineficiência está atrasando o progresso. Ele revelou que a Ucrânia tem até estoques de equipamentos não utilizados em vez de implantá-los imediatamente nas linhas de frente—uma falha logística que ele chamou de “inacreditável”.
Grant também abordou preocupações de que os aliados ocidentais, especialmente os EUA, estão apenas buscando retornos sobre seus investimentos em ajuda à Ucrânia. Para desmentir essa especulação, ele disse: “O Ocidente está totalmente ao lado da Ucrânia; não há agenda oculta. Se há algo, a escassez de munição é real—simplesmente não está disponível nos níveis necessários para igualar o que a Coreia do Norte e o Irã acumularam.”
Quando se trata de segurança a longo prazo, Grant argumenta que a OTAN deve abraçar a Ucrânia como um aliado estratégico. No entanto, ele criticou a postura do chanceler alemão Olaf Scholz, apontando a hipocrisia: “A Alemanha entrou na OTAN apesar de estar dividida durante a Guerra Fria, então por que a Ucrânia não pode?” Ele propôs que uma coalizão regional, livre de países simpáticos à Rússia, poderia oferecer a segurança que a Ucrânia precisa até que a adesão à OTAN se torne viável. Para Grant, a questão é confiança. “Confiança significa estar do mesmo lado. Neste momento, a Ucrânia ainda precisa incorporar os valores centrais da OTAN—honestidade, respeito pelos soldados e profundo cuidado com as famílias,” disse ele, acrescentando que a confiança fraturada da Ucrânia dentro de sua própria estrutura de comando é palpável para a OTAN.
Em suas palavras de despedida, Grant destacou o caminho da Ucrânia para se fortalecer internamente. “Uma liderança honesta, unificada e principiada fará com que a Ucrânia derrote qualquer oposição. O apoio do Ocidente é firme, mas a Ucrânia deve se fortalecer e inspirar a confiança da OTAN para garantir seu lugar entre os aliados ocidentais.”