O Mazda MX-5 expressa a mesma ideia de prazer na condução dos desportivos ingleses da década de 1960; é assim desde a introdução do original, há 35 anos!
A história do MX-5 é a história da Mazda desde 9 de fevereiro de 1989, quando a marca de Hiroshima revelou o automóvel no salão de Chicago, nos EUA. Então, ponto final no processo iniciado em 1981, quando jornalista da publicação norte-americana Motor Trend, Bob Hall, desafiou Kenichi Yamamoto e Gai Arai, diretores dos departamentos de desenvolvimento e pesquisa do fabricante nipónico, para trabalharem na conceção e na produção de desportivo inspirado nos desportivos made in Grã-Bretanha da década de 1960.
Três anos antes do lançamento, o japonês Toshihiko Hirai fora nomeado responsável do programa de produto para a fase de produção. Ou seja, o seu desafio era o de tornar exequível para fabrico em série um protótipo concebido manualmente com peças de aço e carroçaria de plástico. Paralelamente, os seus compatriotas Tom Matano e Koichi Hayashi faziam, no centro de design da Mazda, na Califórnia, alguns ajustes estéticos à cobaia que se tornaria na silhueta que todos conhecemos na Europa como MX-5 (o nome «MX» vem de «Mazda Experimental» e o «5» é o número sequencial na série de protótipos do fabricante japonês).
Bob Hall, em entrevista à InsideMazda, contou como tudo aconteceu na primeira pessoa.
Faltavam automóveis, não clientes
Faltava convencer a administração do sucesso. As vendas de roadsters de dois lugares nos EUA rondavam as 2500 unidades por ano. A administração da Mazda estimou que a empresa precisaria vender 10 000 automóveis por ano para fazer um “business case”. Durante as reuniões, Bob Hall, agora a trabalhar na Mazda, tentava convencer a direção de que estes números se deviam à falta de escolha, e não à falta de clientes. “É um salto de fé quando alguém lhe diz: ‘Se construirmos este carro, os clientes virão. Especialmente quando envolve um quarto de investimento bilionário – em 1984!”, afirmou Hall.
“O estúdio de Tóquio apresentou um carro com motor central e tração traseira, que era muito moderno. O estúdio de Hiroshima propôs um veículo com motor dianteiro e tração dianteira. Quando voamos para o Japão para a apresentação, ouvimos que a nossa era a abordagem menos favorecida. Vale lembrar que, nos anos 80, a tração traseira era considerada antiquada.
A nossa maqueta de argila tinha um telhado rígido removível preso com fita adesiva. Quando nos levantamos para apresentar o carro, pensamos: ‘Que diabo’, retirámos a fita e levantamos do teto. Nesse momento, o chefe do estúdio de Tóquio levantou-se, apontou para o nosso carro e gritou: ‘Construa aquele! Construa aquele!’”
Foi ideia minha, mas grandes pessoas tornaram-na real
“Muitas pessoas ajudaram a dar vida ao Mazda MX-5. Éramos participantes, não éramos o pai do automóvel. Só existe um pai e o nome dele é Toshihiko Hirai – carinhosamente conhecido como Pops Hirai. Hoje está reformado da Mazda, mas foi o chefe do projecto de desenvolvimento da primeira geração do Mazda MX-5. Ele e a sua equipa pegaram nas nossas ideias de conceito e estilo e tiveram de criar um carro que fosse fiel à nossa visão. Sem ele não existiria um MX-5.”
Sucesso imediato
“A versão básica original do Mazda MX-5 deveria ser vendida por $8888 na América do Norte – oito sendo um número da sorte no Japão. Teria sido lucrativo nesse nível também. Mas durante as entrevistas a clientes, todos pensaram que o carro valia cerca de $17 000. Portanto, o preço foi fixado em cerca de $13 000 para o lançamento. Foi uma fonte de lucros bastante sólida para a Mazda.”
De acordo com Bob Hall, inicialmente, as estimativas da marca era de vender 40 000 exemplares do MX-5 por ano em todo o mundo, mas no mercado americana a Mazda entregava cerca de 4000 carros por mês, e no Japão em cerca de 3000. “Ninguém na Mazda conseguia acreditar.”
“A razão pela qual o MX-5 foi e é bem-sucedido é que ele se baseia em algo incomum na indústria automóvel: o bom senso. A maioria das empresas olhou para o que tinha e perguntou como poderia ser adaptado para criar outro produto. Na Mazda, analisámos os desejos das pessoas. Foi isso que levou o Mazda MX-5 ao sucesso.”, acrescentou.
Quatro gerações e 1,2 milhões de unidades vendidas
Hoje, após quatro gerações (“NA”, “NB”, “NC” e agora, “ND “) e mais de 1,2 milhões de exemplares depois, o roadster mais vendido do mundo (é assim mesmo que aparece referenciado na edição anual do Guiness World Records), continua a proporcionar-nos todos os prazeres na condução próprios dos descapotáveis de dois lugares e um design icónico.
A produção total do Mazda MX-5 na fábrica de Ujina, em Hiroshima, acaba de atingir um recorde de 1.256.745 unidades. 533.301 (mais de 40%) da produção total do MX-5 foram vendidos no mercado americano, sob a marca Mazda Miata, seguindo-se a Europa, onde foram vendidos 391.503 exemplares do Mazda MX-5. No mercado interno japonês, foram registadas 225.510 unidades do automóvel, sob o icónico nome de modelo Mazda Roadster (primeiro conhecido como Eunos Roadster).
Série especial de aniversário
Para assinalar o 35º aniversário, o Mazda MX-5 estará disponível numa série especial, com mexidas no desenho das óticas dianteiras e traseiras, novo sistema de infoentretenimento para maior conectividade e uma experiência de condução Jinba-Ittai ainda mais concentrada.