O novato da McLaren, Oscar Piastri, criticou o desempenho “perigoso” dos pneus molhados na Fórmula 1 após um Grande Prêmio do Brasil encharcado em Interlagos. As condições traiçoeiras forçaram os pilotos a lidarem com baixa visibilidade, tração precária e um composto de pneus incapaz de atender às demandas da corrida.
À medida que a chuva se intensificava e o carro do piloto da Haas, Nico Hulkenberg, ficava preso em um meio-fio na Curva 1, tanto um Safety Car Virtual quanto um Safety Car completo foram acionados. Piastri não perdeu tempo na rádio da equipe, pedindo urgentemente uma bandeira vermelha e expressando frustração sobre as limitações dos pneus molhados da F1.
“Precisamos de uma bandeira vermelha; está ridículo aqui agora,” Piastri comunicou à McLaren. “Há água acumulada em todo lugar, os pneus molhados não vão sobreviver a isso. Ou precisamos colocar pneus molhados ou parar a corrida.”
As preocupações de Piastri foram rapidamente confirmadas quando Franco Colapinto teve um forte acidente na reta de largada/chegada, levando o controle da corrida a acionar a bandeira vermelha. Mesmo após a relargada—com pneus Intermediários—a pista continuou traiçoeira, e Piastri teve dificuldades com o ritmo medíocre da McLaren, agravado pela perda da vantagem de velocidade que haviam desfrutado na Sprint seca de sábado.
Refletindo sobre um dia difícil em que terminou em oitavo, Piastri disse a repórteres: “Foi difícil do começo ao fim.” Ele observou uma mudança acentuada na segunda metade da corrida, dizendo: “Na primeira metade estávamos rápidos; eu estava preso atrás do Liam [Lawson], e o Lando [Norris] estava sendo segurado pelo George [Russell]. Mas após a bandeira vermelha, perdemos ritmo. Aqueles últimos 30 voltas foram brutais.”
Para piorar a situação, Piastri recebeu uma penalidade de 10 segundos por girar Lawson na Curva 1, um incidente que ele reconheceu ser “merecido.” Piastri explicou: “Eu estava atrás dele há muito tempo e não consegui me colocar o suficiente ao lado. Nessas condições, é difícil—ele não me viu, e eu cometi o erro.”
A decepção de Piastri também se estendeu ao momento da bandeira vermelha. “A bandeira vermelha veio muito tarde; deveria ter acontecido antes do acidente do Colapinto,” ele observou, acrescentando que os pilotos evitaram usar o pneu Wet devido ao seu desempenho insatisfatório. “Honestamente, a parte mais desafiadora foi manter-se na pista atrás do Safety Car. Temos que enfrentar o problema com o pneu Wet porque todo mundo está pedindo uma bandeira vermelha, mas não quer trocar para os Wets porque são tão ineficazes.”
Esse último clamor se junta a um coro crescente de pilotos que há muito criticam o desempenho ruim do pneu Wet, instando a F1 e a Pirelli a abordar suas deficiências. Piastri concluiu: “É uma situação perigosa quando os carros não conseguem se manter na pista mesmo sob o Safety Car. Não é novidade, mas espero que finalmente possamos mudar isso.”