Em uma revelação impressionante que pode mudar o curso das alianças geopolíticas, pelo menos sete países membros da OTAN—incluindo grandes players como os Estados Unidos e a Alemanha—estão resistindo ao apelo urgente da Ucrânia por uma adesão imediata à aliança militar. Essa relutância ocorre apesar da insistência enfática do presidente Volodymyr Zelenskyy de que a adesão à OTAN é crucial para uma paz duradoura e uma barreira contra a agressão russa em escalada.
De acordo com um relatório do Politico, as vozes dissidentes também incluem Hungria e Eslováquia, ambas lideradas por líderes pró-Kremlin, ao lado de Bélgica, Eslovênia e Espanha. Essas nações parecem estar levando tempo para responder ao pedido da Ucrânia, lançando dúvidas sobre a urgência da situação, apesar do conflito em curso com a Rússia.
Zelenskyy recentemente apresentou seu “plano de vitória” ao Parlamento ucraniano e aos líderes da UE, enfatizando que um convite para a OTAN é essencial para salvaguardar o futuro da Ucrânia. Este plano consiste em cinco pontos-chave, incluindo o fortalecimento das medidas de defesa, a dissuasão da agressão com uma estratégia não nuclear e a apresentação de uma visão pós-guerra que veria as forças ucranianas assumindo o lugar das tropas americanas na Europa. No entanto, aliados-chave parecem hesitar em abraçar essa iniciativa ousada.
“A aliança não chegou, até o momento, ao ponto em que está preparada para oferecer adesão ou um convite à Ucrânia,” afirmou Julianne Smith, a embaixadora dos EUA na OTAN que está deixando o cargo. Esse sentimento ecoa a posição da administração Biden, que sugere que a adesão à OTAN só deve ocorrer após a guerra, condicionada a reformas anti-corrupção cruciais na Ucrânia.
Zelenskyy, embora grato pela assistência militar da Alemanha, não hesitou em expressar preocupação sobre a hesitação deste país em apoiar as ambições da Ucrânia na NATO. Ele comentou: “O fato de o lado alemão ser cético em relação à nossa adesão à NATO é um fato,” indicando que a influência do apoio dos EUA pode ser necessária para persuadir a opinião alemã.
A situação é ainda mais complicada pelas posições da Hungria e da Eslováquia. O Primeiro-Ministro húngaro Viktor Orbán descreveu o plano de vitória de Zelenskyy como “mais do que aterrador,” enquanto o Primeiro-Ministro eslovaco Robert Fico alertou ominosamente que a adesão da Ucrânia à NATO poderia “servir como uma boa base para uma terceira guerra mundial.”
Curiosamente, Bélgica, Eslovênia e Espanha parecem preferir uma abordagem mais cautelosa, optando por “se esconder atrás dos EUA e da Alemanha,” de acordo com um oficial da NATO. Um segundo oficial destacou a ambiguidade do apoio, afirmando que, embora esses países endosse a ideia em teoria, seu entusiasmo diminui à medida que a perspectiva de ação concreta se aproxima.
Em meio a esse contexto contencioso, o Primeiro-Ministro polonês Donald Tusk se destacou ao defender uma “abertura de uma perspectiva da NATO para a Ucrânia” durante a recente cúpula de líderes da UE, insinuando uma possível mudança na dinâmica da aliança se os apelos da Ucrânia forem ouvidos.
À medida que o cenário geopolítico muda e as tensões aumentam, a busca da Ucrânia pela adesão à NATO permanece em um equilíbrio precário, deixando muitos a se perguntar se a aliança se mobilizará em apoio a uma nação lutando por sua sobrevivência, ou se as hesitações levarão a consequências graves diante da agressão russa.