“Era uma informação confidencial entre a Ucrânia e a Casa Branca. Como entender essas mensagens?” exige o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, balançando a cabeça em frustração diante de um recente vazamento sobre o pedido da Ucrânia por mísseis Tomahawk.
Em uma coletiva de imprensa acalorada com jornalistas nórdicos em 30 de outubro de 2024, o presidente Zelensky criticou veementemente a Casa Branca após uma divulgação pelo The New York Times sobre o pedido confidencial da Ucrânia por mísseis Tomahawk. As informações vazadas revelaram que o pedido fazia parte de um “pacote de dissuasão não nuclear” secreto, parte integral do plano de cinco etapas da Ucrânia para vencer a guerra até 2025.
A explosão de Zelensky destaca uma crescente tensão entre a Ucrânia e seus aliados ocidentais, particularmente os Estados Unidos. Ele afirmou: “Então isso significa que entre parceiros não há confidencialidade,” expressando sua consternação com a violação e questionando a confiabilidade dos mecanismos de apoio da aliança.
De acordo com o New York Times, oficiais não divulgados dos EUA indicaram que Washington estava hesitante em fornecer os mísseis Tomahawk de longo alcance devido à sua disponibilidade limitada e questionaram a necessidade imediata da Ucrânia por tal armamento. Essa relutância ocorre em um momento crítico, enquanto a Ucrânia enfrenta avanços militares russos persistentes e busca um apoio robusto do Ocidente para sustentar seus esforços de defesa.
Zelensky enfatizou que o pedido por Tomahawks estava condicionado ao fracasso da Rússia em desescalar o conflito, apresentando-o como uma medida preventiva em vez de uma escalada. “Eu disse que este é um método preventivo. Disseram-me que é uma escalada,” explicou, sublinhando a necessidade estratégica por trás do pedido.
A vazamento gerou temores sobre a estabilidade do apoio ocidental à Ucrânia, especialmente com a próxima eleição presidencial nos EUA marcada para 5 de novembro de 2024. Zelensky está ansioso para garantir assistência contínua do presidente Joe Biden antes que seu mandato termine em janeiro, em meio a preocupações de que uma vitória republicana, potencialmente liderada por Donald Trump, possa levar a uma redução na ajuda militar dos EUA.
Kris Osborn, presidente da Warrior Maven e ex-experto do Pentágono, comentou sobre as repercussões: “A reprimenda pública de Zelensky à Casa Branca não apenas tensiona as relações EUA-Ucrânia, mas também lança dúvidas sobre a confiabilidade dos compromissos ocidentais neste período crítico.”
Enquanto a Ucrânia navega por esses desafios diplomáticos, a comunidade internacional permanece atenta. A integridade do compartilhamento de inteligência e a firmeza do apoio militar estão agora sob intenso escrutínio, com a administração de Zelensky se esforçando para manter o ímpeto em sua luta contra a agressão russa.
Fonte: Insights e análises baseadas em declarações de Kris Osborn, presidente da Warrior Maven, e reportagens do The Kyiv Independent.